Neste pressuposto, os protagonistas foram Ana Paula Martins candidata pela AD, Manuela Tender, atual deputada e candidata do Chega, Rui Santos, do Partido Socialista.
Ana Paula Martins (1)
A proponente apresenta-se com significativo desnorte, verbalizando-se em longos floreados que se munem de reduzido conteúdo, transportando a imagem de superioridade governativa e demonstrando o desconhecimento da nossa terra e das nossas gentes.
Faz lembrar os acérrimos e intelectualmente desprovidos comentadores de futebol, que apenas sabem elogiar o seu clube, denegrir os adversários e não entendem nada do jogo.
Prova disso foi o momento em que Rui Santos – questionado sobre o apagão da passada semana – trouxe ao debate a possibilidade de existência de uma morte relacionada com o mencionado acontecimento, perguntando porque motivo tal informação ainda não havia sido confirmada, ao que a Sra. Ministra – notando-se bem que não é transmontana pela ausência de empatia e humildade – responde: “Porque o Siresp não funciona, como já não funcionou nos fogos onde morreu muita gente.”
Através da presente citação, facilmente se depreende que o importante não é quem morre ou como morre, mas sim atacar o Partido Socialista, sendo que a resposta se previa idêntica caso estivesse perante qualquer outro representante partidário.
Ora, se esta amostra de candidata se interessa unicamente pela batalha PSDvsPS, sendo desabastecida de qualquer sensibilidade, de que forma representará uma terra que não lhe diz nada?
Erro crasso do PSD, que tinha em Amílcar Castro Almeida o seu melhor candidato – os resultados comprovam-no – e, com Ana Paula Martins, fica mais próximo de perder o distrito.
Manuela Tender (3)
A atual deputada do Chega mostrou-se bem melhor e mais preparada. Afasta-se da partidarização que emana a colega de painel e atenta à ausência de culpabilização dos agentes políticos prevaricadores por parte dos partidos em que militam.
Em acrescento, demonstra a estreita conexão que tem com o território e traz ao debate, constantemente, o Barroso e Alto Tâmega, que a Sra. Ministra parece não saber com exatidão do que se trata.
Reconhece os problemas do Douro e dos seus agricultores, mas relembra a existência de agricultores pelo distrito todo que, tal como os durienses, necessitam de apoios, incentivos e investimento.
Embora com parcas propostas, que em pouco se distanciou dos outros dois candidatos, é Manuela Tender detentora do discurso mais próximo àquilo que são as preocupações do eleitor rural e transmontano.
Rui Santos (3)
O antigo Presidente da Câmara Municipal de Vila Real, tal como Manuela Tender, exibiu-se a um bom nível no debate quando comparado com a candidata da AD.
Deixou claro que tem mais que arcabouço para discutir o país com uma atual Ministra, porém permitiu que o diálogo se centralizasse excessivamente no país em detrimento do distrito.
Conseguiu destacar todo o êxito e mérito que indubitavelmente tem a sua governação na autarquia da capital de distrito, tendo exemplificado com a questão da habitação e chegando, por uma vez ou outra, a evocar Chaves. Contudo, para um candidato do calibre de Rui Santos, era expectável maior incidência em questões particulares aos remanescentes 12 concelhos