Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025
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Armando Moreira
Armando Moreira
| MIRADOURO | Ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

O Brasil e Lula

A visita do Presidente de República do Brasil, a Portugal, dá-nos o mote para refletir com os leitores sobre o papel daquele país na cena internacional e perceber as reais motivações deste personagem.

Vejamos: O que é o Brasil, neste momento?

É o maior país em extensão, do continente sul-americano e talvez o mais antigo. Após a independência em 1822, este território foi sendo constituído pela coroa portuguesa, pelo menos durante três séculos, a partir da África Ocidental que Portugal dominava a seu bel-prazer. O Brasil é hoje, o que é, graças à ação dos portugueses.

Com o “Grito de Ipiranga” e o entusiasmo do Imperador, Pedro IV, o Brasil começou a caminhar pelos seus próprios pés, sendo hoje, indiscutivelmente, uma importante potência emergente, com aspirações a voz própria na política internacional.

Lula, o seu atual presidente, pretende afirmar-se como interlocutor entre potencias mundiais, como os Estados Unidos da América – EUA e a China. A euforia posta nas visitas a Portugal e Espanha resultam de Lula da Silva perceber que estas podem ser a porta de entrada na Europa, para a negociação com a NATO e EU. A ver vamos, já que neste seu affair, de apressar os seus desígnios, pode estar a dar um passo maior do que a perna. As acusações que fez à NATO e à EU, e por consequência a Portugal, de terem responsabilidades no incentivar da guerra na Ucrânia, – todos nós sabemos que isso não é verdade – ao mesmo tempo que manda emissários à Rússia quando nós, europeus, bem sabemos que é o país invasor responsável por crimes contra a humanidade.

Lula foi tão insensato que não se coibiu de afirmar que a Ucrânia deveria oferecer a Crimeia ao Império Russo, como forma de este acabar com as suas intenções de atacar os países vizinhos do Sul.

É esta personalidade que será recebida no dia 25 de Abril, na nossa Assembleia da República, a casa da democracia portuguesa. Em termos formais, poderá ser-lhe explicado que o que se passa na Ucrânia é crime contra a humanidade, e que, quem, mesmo por omissão, consente que isto continue a acontecer, não pode deixar de ser conivente.
Se Lula pretende afirmar-se na cena internacional, será bom que leia as palavras de Nuno Severiano Teixeira, ex-ministro da Administração Interna de Portugal, que no jornal Público, de 19 de abril, explica que “agressor e agredido não têm as mesmas responsabilidades políticas e morais e que, se a Rússia parar, a guerra acaba, se a Ucrânia parar, é a Ucrânia que acaba”. Lula pode ser um bom transmissor desta mensagem. Se o fizer, terá valido a pena, a sua presença na Assembleia da República, no dia 25 de Abril.

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