Ao longo dos anos desde a sua existência o Aeródromo da Chã pertenceu à panóplia dos aeródromos regionais espalhados por todo o país e que são muito úteis em termos de proteção civil e de aviação geral aos mais variados níveis: nos anos 36 e 39, aquando da Guerra Civil de Espanha, o aeródromo em questão foi usado pelas Aeronaves Junker de fabrico alemão da Aviação Militar Espanhola não só no transporte das tropas Franquistas, mas também no reabastecimento de géneros alimentares e outros face a carências e dificuldades causadas pela já referida guerra civil.
A partir dos anos 50, também a estrutura aeronáutica da Chã se tornou um aeródromo quase permanente do treino das aeronaves militares provenientes das bases aéreas de Sintra e Tancos.
De facto, este aeródromo pelas suas caraterísticas intrínsecas como: situação geográfica central da província de Trás-os-Montes, condições meteorológicas (sem nevoeiros), ausência de obstáculos físicos nas proximidades, permitindo aterragens e descolagens seguras, tornaram-no num abrigo seguro de aviação em geral.
Depois, e após os esforços do então autarca Artur Cascarejo, a partir de 2004 fomos nomeados diretor deste aeródromo e desenvolveu-se toda uma política do seu desenvolvimento, tendo em vista a sua transformação do necessário e indispensável “Aeroporto do Douro”, condição sine qua non para a continuidade da projeção da região que está ainda em curso, não só para fins turísticos, mas também como mais um braço das acessibilidades que no momento quedam-se praticamente pelas rodoviárias e o automóvel, dado que a Linha do Douro só chega até ao Pocinho. E o resto de Trás-os-Montes, só Bragança com o seu aeródromo é que poderá responder ao meio aéreo em termos de carreiras aéreas de médio curso mas que ainda não foi conseguido.
Nos finais de 2018 a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) fechou o Aeródromo de Chã por achar que a câmara municipal de Alijó não estava interessada no seu funcionamento.
A título de curiosidade, em 16 de agosto de 2005, nós na qualidade de diretor deste aeródromo conseguimos que aqui fosse feito um festival aeronáutico que trouxe a Chã cerca de 25 aeronaves civis e ainda um helicóptero da Força Aérea Portuguesa. Ainda hoje os cidadãos de Alijó recordam esse festival, pois o aeródromo passou a dispor de uma pista operacional e de uma vedação total da infraestrutura aeronáutica. Também conseguimos duas tomadas de água para o reabastecimento dos aviões e helicópteros de combate aos incêndios, numa espécie de tanque de água construído pelos Bombeiros de Alijó, próximo da Capelinha que faz parte do património do Aeródromo.
É tudo por agora, mas é uma pena que o Aeródromo de Alijó fique outra vez ao abandono. A população do concelho depositava grandes esperanças nele como alavanca do desenvolvimento e acessibilidades à Região.