Ainda se está a mastigar e a ruminar tudo o que se realizou, viveu e celebrou, os textos que ficaram, as homilias do Papa Francisco, as músicas, os slogans, as ideias e desafios que dali nasceram, e muitos até ainda estarão a saborear os momentos únicos, que deixaram marcas profundas na alma e no coração. Se é certo que a jornada foi um ponto de chegada de uma grande caminhada, também foi o ponto de partida de um novo protagonismo e presença dos jovens na Igreja e no mundo, com a Igreja. Já é tempo de se começar a ver alguns frutos das boas sementes que ali se lançaram. O que se tem feito com os jovens e pelos jovens nas comunidades cristãs?
As comunidades cristãs não são todas iguais e enfrentam realidades diferentes. Em algumas, a juventude está presente e dá um contributo importante na comunidade e na missão da Igreja. Outras, têm jovens, mas estão muito afastados da Igreja, por muitas razões. Será preciso dar tempo. Noutras, nem juventude há, porque estão em zonas geográficas despovoadas e envelhecidas. Seja como for, onde há jovens, as comunidades tudo devem fazer para ouvi-los e integrá-los na vida comunitária e na missão da Igreja e torná-los ativos na Igreja e protagonistas de mudanças e transformações, segundo o Evangelho.
Recordo que, na preparação da jornada, muitos jovens foram ouvidos. Aconteceu um fórum importante dos jovens de Lisboa, em Fátima, Geração Rise Up, onde deixaram algumas considerações e propostas à Igreja. Destaco algumas: mais do que animar, acompanhar os jovens com pessoas formadas. Já não basta só organizar alguns eventos, é preciso uma maior presença e acompanhamento junto dos jovens; envolver os jovens nas atividades paroquiais e diocesanas; trabalhar em rede em todas as estruturas da Igreja; criar espaços e momentos para o encontro de jovens, onde poderão aprofundar o conhecimento, partilha, acompanhamento, oração e o convívio; cuidar da comunicação com os jovens, feita com qualidade e profissionalismo, apostando-se na gestão criativa das redes sociais. Sem uma boa comunicação fica muito difícil envolver os jovens; proporcionar momentos de formação bíblico-teológica, eclesial, espiritual e humana para os jovens; formar pessoas para a liderança e acompanhamento dos jovens; incentivar o voluntariado jovem; desenvolver iniciativas missionárias nas paróquias e nas Dioceses; não esquecer a pastoral para as pessoas com deficiência.