A partir de 1990, Portugal foi um dos muitos países que apostou nas energias renováveis e na gestão da energia. Em consequência, as oportunidades de desenvolver projetos que tivessem em conta estes dois objetivos, tinham grandes hipóteses de ser financiadas. Foi assim que surgiu a oportunidade de candidatar projetos neste âmbito.
Havia vários programas, tanto a nível nacional como a nível europeu, que apoiavam projetos no âmbito do desenvolvimento. Foi assim que participei em representação da UTAD e do ITIDAI no estudo sobre o potencial de energia eólica das serras do Marão e do Alvão, onde fomos parceiros do INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial das Câmaras Municipais da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião e Vila Real, todas da região onde este estudo se desenvolveu e que terminou em Fevereiro de 1999.
Também estive presente no Estudo da caracterização do potencial eólico na região norte de Portugal para fins energéticos que se estendeu por toda a região de Trás-os-Montes, incluindo Moncorvo, Alfândega da Fé e Mogadouro. Neste, fomos parceiros também da Universidade do Minho, do IPB-Instituto Politécnico de Bragança, do IPVC-Instituto Politécnico de Viana do Castelo e da ENERNOVA-Novas Energias, do Grupo EDP. Foi no âmbito deste projeto que foi lido o potencial eólico da Serra da Castanheira, no concelho de Mogadouro, onde hoje está em atividade um parque eólico de 4 MW de potência instalada, em dois aerogeradores. A esta instalação estou intimamente ligado já que o contrato de exploração do parque foi feito sob a minha orientação. Um dia estava no meu gabinete da UTAD, entrou-me pela porta dentro o Dr. Morais Machado, presidente da Câmara de Mogadouro, acompanhado do então vereador António Pimentel. O objetivo era solicitar-me apoio técnico para a definição dos termos do contrato a fazer com a empresa interessada.
Como mogadourense responsável, fiz um dossier sobre o caso em estudo que entreguei ao Dr. Machado, onde estava tudo explicado, do ponto de vista técnico, para se obter um bom contrato.
Estes dois projetos deram origem a vários parques eólicos.
Houve outro projeto de que muito me orgulho e no qual participei, que foi a elaboração do PERN – Plano Energético da Região Norte – Alto Trás-os-Montes e Douro, onde fui parceiro do CEEETA-Centro de Estudos de Economia de Energia, Transporte e Ambiente, que foi coordenador e principal responsável.
Uma parte do projeto consistiu em fazer o levantamento do consumo de energia elétrica nos vários municípios da região. Para isso, solicitei a colaboração dos meus alunos do 4º e 5º anos de Engenharia Eletrotécnica, área da energia, que foram distribuídos pelos concelhos envolvidos, dois por concelho.
Foi muito gratificante para todos nós, responsáveis, o envolvimento dos nossos alunos.