Sábado, 14 de Dezembro de 2024
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Ricardo Almeida
Ricardo Almeida
Professor e Empreendedor Social

Sonhar e fazer sonhar

“Um político assume-se” é o título de um ensaio autobiográfico de Mário Soares, que resume o risco da afirmação política segundo os seus valores e princípios, norteando de alguma forma as várias batalhas que, independentemente das vitórias e derrotas, fazem parte das cicatrizes de um político.

A coragem, caraterística, entre outras, que admiro num líder, de se apresentar ao jogo democrático com uma visão para uma cidade, distrito ou mesmo país é algo que julgo ser fundamental, porque, apesar de primeiramente configurar uma decisão íntima e pessoal, é o momento em que a afirmação das nossas convicções remete o taticismo silencioso para um plano inferior.

O tiro de partida promove a construção de novas ideias e realidades políticas que serão basilares para o fortalecimento da maturidade política, condição fulcral para olhar o futuro.

Estou convencido que as lideranças sem pensamento político podem até gerir o presente, todavia terão muitas dificuldades em inspirar os seus eleitores e, principalmente, desvendar o futuro, contribuindo para a desilusão que se vai perpetuando enquanto sentimento de exclusão.

Sonhar e fazer sonhar é para mim uma necessidade na política portuguesa, a única forma inclusiva de transmitir ideias e, sem a mais ínfima dúvida, a esperança necessária para aspirarmos a uma vida melhor em comunidade.

O desafio, num mundo onde são muitos os políticos do possível, é encontrar aqueles que sejam capazes de fazer o impossível.

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