Quando um artista plástico nos provoca tentando passar uma mensagem de que tudo o que tem a ver com este evento é um gasto exagerado está a desviar as atenções para algo muito secundário quanto à real importância da Jornada Mundial da Juventude. Ou quando se organizam movimentos para invocar o Estado laico que a Constituição contempla sem que se tenha em atenção que na identidade portuguesa, com aspetos positivos e negativos inerentes, a componente cristã é um valor a ter em conta, algo não vai muito bem.
Assim, a “partida apressada de Maria para ajudar sua prima”, ou o apelo do Papa Francisco aos jovens para que se “levantem e renovem o vigor interior, os sonhos, o entusiasmo, a esperança e a generosidade” ficam obnubilados face às polémicas sem sentido. Entre quem é, como é habitual dizer-se nesta nossa terra. Um programa onde cabem concertos, exposições, filmes e documentários, teatro, um ciclo de cinema deve merecer realce. E há atividades de cariz intercultural e inter-religiosos, inclusivas a vários títulos. A Jornada não se cinge a um ou dois momentos – como seria bom, consideram os jovens, aquele momento com o Papa Francisco?! – mas é muito mais.
Um tapete singelo a desejar as boas-vindas em várias Línguas é um excelente contraponto à passadeira. Foi isso, aliás, que aconteceu, nos muito bem classificados Dias das Dioceses. Os jovens que vieram até nós, alemães, os que vieram ao concelho de Alijó, mexicanos, brasileiros ou de outras origens foram recebidos nas casas da Famílias de Acolhimento como membros da própria família. E num programa recheado de cultura, de partilha e convívio, comungou-se do espírito que Francisco quis que presidisse à Jornada. Foi interessante ver como as nossas convidadas valorizaram, por exemplo, questões relativas ao ambiente, em geral, às alterações climáticas, à guerra, temas bem presentes no pensamento do atual Papa. Ou quando nos deixaram o seu testemunho por partilharem formas de expressão de cristianismo católico comuns, por visitar uma região da qual saíram amigos seus para a sua terra, por conhecer outras culturas e… – registei – por se poderem encontrar com o Papa Francisco. Ele sabe mesmo ouvir e cativar os jovens.