Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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Adérito Silveira
Adérito Silveira
Maestro do Coral da Cidade de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

A luz entre as trevas

Os cristãos acreditam que Cristo é a luz da esperança sendo Ele verdadeiramente Deus e homem.

Assim almejamos que Cristo nos ilumine até ao fim das nossas vidas. E é isso que Ele faz e nos revela pelos Seus ensinamentos e também pelo modo como viveu, morreu e ressuscitou.

É nos momentos de trevas que Cristo nos traz a Sua imagem de luz e alegria. Ele assegura-nos que estará do nosso lado, não para nos condenar, mas para nos amparar e esclarecer. Luz que desfaz não só as trevas do mundo hostil, mas também as traiçoeiras sombras das ilusões. Na verdade, é nas ilusões que tantas vezes procuramos fugir dos perigos, limitações e perguntas, das realidades perigosas deste mundo cruel. E, neste tempo de medos, pensamos que Ele nos protegerá e nos dará a pura felicidade. Sim, algumas pessoas continuarão a morrer em acidentes nas estradas, outras na lenta agonia das doenças. E chega o dia em que esse Mago não comparece. Sentimo-nos furiosos e interrogamo-nos para que serve um Deus que não cuida de nós.

Jesus nunca esperou nenhum favor em vida. Reconhecia e aceitava o poder exercido sobre todos os homens, logo, também sobre Ele pelo acaso e pela circunstância, como podem as trevas da nossa condição humana, e que Jesus partilhou connosco, serem o vínculo da luz maravilhosa de Deus?

O artista, seja poeta, pintor ou escultor, não tem outra opção senão a de se submeter às limitações do seu meio de expressão. As necessidades da métrica constrangem o poeta; a superfície plana da tela e as propriedades da cor limitam o pintor, a dureza da pedra restringe o escultor. Ao submeter-se às suas limitações, o artista as terá conquistado e transformado no veículo da sua liberdade criativa.

Foi o que Cristo fez com a vida e a morte. Ele aceitou toda essa brutal limitação em diferentes formas, e ao aceitá-la a conquistou tornando-a servil para que ela fizesse o que Ele queria: retratar a majestade do amor de Deus pelos homens.

O instrumento da total submissão de Cristo à servidão humana- Sua morte na Cruz- foi a suprema realização que O uniu aos homens quando disse: “Meu Senhor e meu Deus.” Esta é a verdade da sua ressurreição. Cristo triunfou ao fazer das trevas o combustível que alimentaria a luz das nossas vidas.

A vida nos pedirá contas e haverá trevas nas profundezas. Mas se quisermos, Cristo abrir-nos-á os olhos para que possamos receber a luz entre as trevas e reconhecer as nossas limitações pelas quais lograremos obter a nossa liberdade. Cristo nunca fechou as fonteiras da luz.

As suas parábolas são a linguagem poética que abre novos caminhos para um mundo de esperança renovadora. Ao olharmos Cristo na Cruz de pranto banhado e sorriso chorado, pensemos que Ele gemia por dentro preocupado com a salvação da humanidade.

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