Terça-feira, 13 de Maio de 2025
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Manuel R. Cordeiro
Manuel R. Cordeiro
Professor Catedrático aposentado da UTAD

Apagão elétrico: Surpresa? Não

O apagão que aconteceu no dia 28 de abril de 2025, não me surpreendeu. A aposta “cega” na energia eólica e na energia solar fotovoltaica está a conduzir-nos a situações como essas.

Como o sol e o vento são aleatórios e periódicos podem falhar. Nesses casos, a quem se pode recorrer? Às Centrais hidroelétricas e, em tempos idos, às centrais termoelétricas que têm sido banidas de Portugal e de outros países. A tirania do ambiente tem feito com que em Espanha e em Portugal, as Centrais termoelétricas quase todas estão encerradas e em Espanha, o mesmo aconteceu com as nucleares. No entanto, Espanha compra energia a Marrocos e a França, produzida nesses tipos de centrais.

Em Espanha, com a ajuda da Comunidade Europeia, estão a ser destruídas barragens que, entre outros objetivos, serviam para regularizar o caudal dos rios. Em consequência tivemos as cheias de Valencia.

O jornal El Pais diz que o apagão em Espanha pode dever-se a dois episódios de “desconexão de geração”, muito possivelmente de geração de energia solar.

Sobre o apagão, o engenheiro Luís Mira Amaral diz: uma vergonha. Só me admiro que só tenha acontecido agora. Temos tido gente que vai para o Governo sem competência.

Concordo e reforço: a maioria dos governantes de Portugal e Espanha, os dois países que eu melhor conheço, mostram não ter capacidade para gerir os dossiers da governação.

Há quem considere que o problema é económico. Eu não sou dessa opinião. Eu penso que o problema está relacionado com o facto de se estar a apostar cegamente nas centrais fotovoltaicas, cujo principal inconveniente é que a radiação solar é periódica, ou seja, o sol não emite radiação sempre e com a mesma intensidade. O período da noite é um desses.

O que aconteceu em Espanha, segundo vários meios de comunicação, foi que as centrais fotovoltaicas falharam. Como eliminaram as centrais nucleares, muitas centrais hidroelétricas e centrais termoelétricas, não tiveram capacidade de resposta, pois estas são as que melhor respondem quando é necessário injetar corrente na rede elétrica. As hidroelétricas são consideradas limpas, ao contrário das de gás e carvão.Por isso, a aposta equilibrada que Portugal deve ter, é apostar nestas, tanto nas de fio de água como nas de albufeira, nas fotovoltaicas e nas eólicas.

As duas últimas necessitam das primeiras, pois estas podem entrar de imediato em funcionamento para suprir as falhas das outras. Não podemos aumentar a potência elétrica instalada só com eólicas e fotovoltaicas. Só assim podemos garantir que a probabilidade de haver apagões, seja menor ou não exista.

Há quem seja partidário de que haja uma ditadura do ambiente sobre a energia. Eu acho que não. Sempre disse que a energia e o ambiente devem caminhar lado a lado. Devemos produzir energia elétrica com o mínimo de contaminação do ambiente e o ambiente não deve impedir a produção da energia elétrica necessária para que a nossa vida tenha qualidade.

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