Significa caldeirão de raças(?) e de culturas, coexistência pacífica dos diferentes povos e aceitação das diferenças de olhar o mundo, multiculturalismo, mosaico, caleidoscópio, entre nós, lusotropicalismo, onde todos devem ser acolhidos em condições de igualdade e tolerância.
A expressão parece ter nascido por volta de 1780, uns anos depois da eclosão da revolução francesa, há quase três séculos e meio, nos Estados Unidos como metáfora de uma sociedade nova e desafio de inclusão.
O tempo passou, décadas e décadas galgaram sobre diferentes gerações e o melting pot falhou, falhou estrondosamente com o agudizar da segregação étnica, com as dificuldades de acesso à saúde e ao ensino superior, com a tributação desigual e profundamente injusta de modo a não beliscar as grandes fortunas e as empresas transnacionais que movimentam fluxos de capital inimagináveis.
Esta concentração de riqueza tem sido geradora de profundas desigualdades no povo que tem o seu acesso à formação, à cultura e, sobretudo ao ensino superior, cada vez mais comprometidos.
Fala-se hoje, desabridamente, sem pudor e vergonha em supremacismo branco, nos proud boys que Trump tanto preza, em grupos e grupelhos radicais de extrema direita, em milícias brancas e negras como se Hitler descesse sobre o novo tempo vestido com o manto diáfano da pureza racial, da segregação e violência extremas.
Não estamos em tempo de moderação e sensatez, de tolerância e alteridade, o léxico mudou na adjetivação dos acontecimentos e das vivências. No meio de uma sociedade extremada ficou uma espécie de terra de ninguém, inabitável, onde não se poderá estar porque ali se cruza o fogo dos antagonistas.
Estas atitudes não podem deixar de ter grandes reflexos no seio das famílias, no ambiente dos bairros e nos meios laboral e escolar.
Foram estas as grandes conquistas do trumpismo, homem sei lei e ética que dividiu o seu país entre brancos e negros, americanos, afro e sul-americanos. Estas divisões podem dar origem a confrontos gravíssimos no período pós eleições no país onde a democracia parecia um valor inalienável. Talvez venhamos a saber que o homem que atentou contra a vida de Bolsonaro seja o mesmo que infectou Trump com a covid. Mas uma coisa é certa: ganhou atenção mediática junto do eleitorado que cada vez menos reflete e vende a consciência a troco de emoções infantis.
Jamais alguém imaginou que nos USA não haja transições de poder que não sejam pacificas, mas pode vir a suceder a partir de 3 de novembro.
O falhanço rotundo do melting pot criou uma sociedade desigual contribuindo para o esfumar do sonho americano.
A Rússia cavalgou a onda contribuindo decisivamente para a eleição e, agora reeleição de um louco, de um psicopata narcisista como Mary Lee Trump, psicóloga clínica, define o tio.
A China, com o cinismo dos sábios mal intencionados, agradece a reeleição e foge do confronto com o ignorante aguardando pacientemente o desmoronar do país seu maior concorrente.
A Europa, intuindo o descalabro do aliado tratou de se unir em torno da economia, da ciência e do conhecimento. No fim de tudo talvez o mundo tenha mais paz perante a irrelevância que se anuncia para o outro lado do Atlântico.
Até o anafado Kim se divertirá com o circo.