Sábado, 25 de Janeiro de 2025
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António Martinho
António Martinho
VISTO DO MARÃO | Ex-Governador Civil, Ex-Deputado, Presidente da Assembleia da Freguesia de Vila Real

Preservar, valorizar e promover o Património Cultural

Coincidências! Deste meu Marão podemos ver o mundo, o mais próximo e o mais distante.

No momento em que escrevo este visto decorre, em Paris, a cerimónia de reabertura da Catedral de Notre Dame, devastada há cinco anos por um incêndio. Como ouvi numa emissão televisiva, um Património Cultural que ninguém quis perder.

Pois na semana que agora finda, testemunhei três momentos que dão conteúdo ao tema em epígrafe. Desde logo, a celebração do 8° aniversário da inscrição do processo de fabrico do barro preto de Bisalhães, Vila Real, na lista do Património Cultural Imaterial que necessita de salvaguarda urgente da UNESCO. Autarquias, Junta de Freguesia e Câmara Municipal, que persistem em valorizar o que é expressão da sua cultura ancestral. Uma aldeia que cria, que faz cultura, que procura caminhos para continuar a dar importância e a dinamizar uma arte que os seus oleiros construíram através dos anos e que uns tantos mantêm, valorizando-a, tentando atrair gerações mais novas para que se mantenha viva.

Quem chega vai poder intrigar-se com a bilha que encontra na rotunda de entrada. É que chegou à terra do barro preto, que continua viva e dinâmica. A testemunhá-lo, para além da arte do barro, a arte da música, com a sua Tuna. Dois dias depois, abertura da mostra de presépios das freguesias do município de Vila Real. Cada um exprimindo a criatividade do(s) autor(es) ao tema natalício, mais realista, nuns casos, mais estilizada, noutros. Uma frutuosa parceria autárquica. Animando a zona histórica da cidade, da Avenida Carvalho Araújo ao Largo de S. Pedro, puxando pela criatividade local. Cultura, pois. Dia 2 de dezembro foi o momento de lembrar, mais uma vez, a importância do Museu do Douro para o desenvolvimento da região onde se produz vinho há milénios. Registei, este ano, de forma particular uma das atividades do seu Serviço Educativo, a “Eu sou paisagem”. Efetivamente, foi a comunidade duriense que construiu aquela “paisagem cultural evolutiva e viva” que mereceu o qualificativo de Património da Humanidade que continua a preservá-la, hoje.

Saibamos todos, indivíduos e sociedade, instituições públicas e privadas contribuir para “preservar, valoriza e promover o Património Cultural” porque este representa uma das mais importantes dimensões identitárias dos territórios e das suas gentes, devendo a sua preservação, valorização e promoção constituir uma ação prioritária para as comunidades, desde logo, mas também para os poderes públicos, nacionais e locais.

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