Não estranhei, pois, quando há dias recebi um convite do Jornal de Negócios para responder a umas questões a propósito. Registo com agrado os pontos a que o jornalista dedicou especial atenção no espaço disponível. «Organizar e melhorar a oferta, assim como investir mais na promoção dos destinos do interior é uma tarefa prioritária. Desde logo, a qualificação dos recursos humanos, de preferência, numa articulação das entidades públicas, nomeadamente, Turismo de Portugal e autarquias, com as associações empresariais do setor. Conscientes, também, de que a promoção dos destinos do litoral e do interior são tarefas diferentes, muito diferentes. Ora, desenvolver estas tarefas no atual quadro das entidades regionais de turismo não é tarefa fácil.
Por vezes, há, mesmo, coincidências. O Parque Natural Regional do Vale do Tua organizou duas iniciativas a propósito: a conferência sobre “os novos indicadores para a competitividade do território” e “turismo de inovação na região do Tua”. O segundo manifestou-se muito apelativo para mim, pelo que programei a vida de maneira a nele poder participar. Uma e outra, da iniciativa da Incubadora Tua, mais uma boa opção do Parque, preocupado com o desenvolvimento da região, nomeadamente, dos cinco municípios em que se insere. E deu para lembrar os Walk Festival com as respetivas infraestruturas dos percursos pedestres, considerados por frequentadores como dos melhores e com uma sinalética de excelência, os miradouros, os locais de observação de aves ou de astros. Parque, mas não só. Quando os municípios organizam eventos que trazem pessoas à região – pode ser o Circuito Internacional de Vila Real, o “Careto Air Show”, o Alijó CUP24, a Rampa da Porca; quando se organizam eventos como a Meia Maratona do Alto Douro Vinhateiro estamos a trilhar o caminho certo.
As Aldeias de Xisto, as Aldeias Históricas, assim como a Rota do Românico têm sido bons exemplos. Estas redes ganharam uma dinâmica muito positiva para as regiões em que se inserem. Podemos lamentar que as Aldeias Vinhateiras do Douro não as tenham acompanhado. A articulação destas redes, cada uma por si e todas em rede mais alargada constituiriam uma vantagem clara, diferenciadora e potenciadora de atratividade. Decerto bem mais do que algumas imitações dos festivais que se fazem por todo o lado. Haverá sempre tempo. Porque a nossa região está longe do máximo de carga turística.