Domingo, 19 de Maio de 2024
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A que se deve o baixo PIB português?

Por de trás da riqueza gerada por uma economia, expressa no tão falado Produto Interno Bruto (PIB), estão, simplificando, duas variáveis: a produtividade por cada hora de trabalho (ou seja, a riqueza média gerada por hora trabalhada), e o número de horas trabalhadas.

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Assim, a que se deve o baixo PIB português, comparativamente com outros países europeus? O número de horas de trabalho por trabalhador em Portugal até está acima de muitos países da Europa Ocidental. Por isso, o problema não está aí. Aliás, isso provavelmente verifica-se para tentar compensar os problemas na outra variável: a baixa produtividade por cada hora de trabalho.

Portugal é o 4.º país da União Europeia (UE) com menor produtividade por hora de trabalho. Comparando com a média da UE, em paridade de poderes de compra, produz-se em Portugal, em média numa hora, apenas dois terços do que se produz no espaço comunitário (26€ em Portugal vs. 39€ na UE).

Em 1995, Portugal estava acima de todas as economias do leste europeu, apesar de já ser o menos produtivo da Europa Ocidental. Durante as últimas décadas, fomos ultrapassados por 9 das 11 economias de leste que fazem atualmente parte da União Europeia. Três destes países do antigo Bloco de Leste ultrapassaram-nos nos últimos 5 anos: Roménia, Hungria e Polónia.

A Roménia, um dos países com maior comunidade de imigrantes em Portugal (imigraram para Portugal essencialmente na 1.ª década deste século), ultrapassou-nos em 2019, mas há 25 anos tinha um nível de produtividade 65% inferior ao nosso. Mantendo o ritmo de evolução, seremos provavelmente ultrapassados por outras economias nos próximos anos.

Melhorar a produtividade da economia portuguesa é o fator-chave para torná-la mais competitiva. Tem efeitos diretos na riqueza gerada, e permitirá potenciar maiores lucros para os agentes económicos (gerando maior output – riqueza – com igual ou menor input, através de uma maior eficiência) e consequentemente aumentar os salários e as condições de vida da população. Voltando às duas variáveis referidas no início (produtividade e número de horas de trabalho), o segredo das economias mais desenvolvidas não está, de todo, num maior número de horas de trabalho, mas sim numa maior produtividade, que é o que falta a Portugal.

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