É interessante constatar, pese embora o nosso pessimismo e uma certa tendência para desfazermos em nós próprios, o aparecimento de bons exemplos que se evidenciam na sociedade portuguesa nos mais diversos setores de atividade. A pandemia que temos sofrido no último ano já mostrou essa nossa caraterística. Na capacidade dos profissionais de saúde, na competência científica de alguns dos nossos investigadores, também na nossa resistência na luta contra o vírus que nos ataca. Mas desde o desporto, com medalhas de ouro em modalidades que há poucos anos era inimaginável conquistar, passando por excelentes exemplos na gestão de grandes empresas, mesmo multinacionais, até a empresários que se superam e se tornam excelentes exemplos de empreendedorismo, temos bons exemplos que podemos realçar. Cada um, à sua maneira, a ajudar a mudar o mundo.
O Jornal das 8 da TVI, dia 28 março, numa peça com Rui Nabeiro, mostrou-nos uma figura que se impôs na área empresarial, numa região do interior, com um saber obtido pelo trabalho e experiência que foi desenvolvendo através dos anos. “Comecei muito cedo, muito jovem, e as raízes foram sempre endurecendo”, afirmou em entrevista à Visão. As raízes!… Ao que se pôde ver na reportagem, estamos perante uma pessoa que, entre outras características, evidencia bem, através dos anos, a sua capacidade de iniciativa, a sua criatividade, inovação, ousadia e resistência à adversidade. E, enquanto empresário, mas também como autarca, viu sempre o desenvolvimento da sua terra e região, lá onde as raízes endureceram, numa perspetiva integrada. Valorizou o crescimento da sua empresa, onde o papel da família e o seu foi fundamental, mas também valorizou muito o contributo dos trabalhadores, pois “ninguém faz nada sozinho”.
É nesta visão humanista e integrada que cabe lembrar uma outra área que ele valorizou – a da educação. A reportagem da TVI deu-lhe o devido destaque. Já o mesmo não aconteceu na Visão. No Jardim de Infância que criou, na escola também, incentivou Educadores e Professores a trabalhar com as crianças a sensibilização para o empreendedorismo. Criar novos empresários, desde tenra idade? Não era esse o objetivo. Antes, alargando aos mais novos a responsabilidade social que tão bem soube integrar na empresa, levá-los a assumir desde cedo a cidadania, despertando para a importância do seu contributo para transformar o mundo. Porque todos o devemos fazer.