Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2025
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António Martinho
António Martinho
VISTO DO MARÃO | Ex-Governador Civil, Ex-Deputado, Presidente da Assembleia da Freguesia de Vila Real

Escola Diogo Cão – 50 anos a ensinar a crescer

Estamos em tempo de ouro! O 25 de Abril, desde logo. Há dias, a Escola Preparatória Diogo Cão, hoje, Agrupamento de Escolas, celebrou efeméride semelhante.

A fazer-nos lembrar que a escolaridade obrigatória passou a 6 anos há pouco mais de meio século. Valeram alguns erros de casting, no tempo da ditadura, para que se pudesse introduzir alguma inovação no sistema de ensino de então, em que predominava o “aprender a ler, escrever e contar”. Veiga Simão viria a ser o rosto desse abanão no regime vigente. O ciclo preparatório unificado do liceu e do ensino técnico surgira antes, em 1967. Mas é com o ministro que viera da Universidade de Lourenço Marques que ganha contornos inovadores. A Escola Preparatória Diogo Cão nasce nesse movimento e acolhe as secções do ensino preparatório feminino e masculino numa só. O ano letivo de 1973-74 é o 1º.

Foi uma cerimónia simples, onde imperaram “Memórias com Futuro”, como fizeram questão de apelidar o momento da participação dos Presidentes dos Conselhos Diretivos, Diretores ou, Subdiretora, como foi lembrada a primeira designação da responsável pela Escola.

Cada um recordou o seu tempo: as dificuldades iniciais, o papel inovador e a especial atenção à formação de professores, a abertura a novas práticas didáticas, o empenho e a dedicação com que a Diogo Cão agarrou em 1980 o novo modelo de estágio pedagógico, a profissionalização em exercício, que olhava para o professor na escola como alguém que integrava o seu trabalho no sistema educativo, vivia aquela escola em concreto, com as suas limitações e potencialidades e que fazia do trabalho na turma uma constante interação com os alunos, com os colegas professores e também já com os pais. Os saberes que existiam fora da escola eram importantes e fundamentais na formação. Houve até quem lembrasse que foi na Diogo Cão que nasceu uma associação desportiva e cultural de onde saíram campeões a fazer jus ao relevo dado à ligação da escola à comunidade.

Em determinado momento, na interpretação do hino da escola, dois versos me chamaram especial atenção: «Ensinar a crescer/Fazer-te ver e acreditar». E ocorreu-me a cena do meu aluno de Vila Meã que um dia nos explicou como nascia o cabrito e, como bom pastor, o que devia fazer; ou o trabalho com a turma de alunos supletivos (os que, por vezes, ficavam marcados) que se motivaram para a aula de português à volta da criação de um jornal de turma que até escrevemos recorrendo aos computadores disponíveis.

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