Pela informação que vai chegando, há países que parecem ter controlado a situação, de que é exemplo o nosso, mas há dezenas e dezenas de outros que, por razões várias, não o vêm conseguindo. Se na Europa Ocidental, pelo seu desenvolvimento, se percebe que os países têm quase controlada a presença do vírus, fora desta, na Ásia, e na África em particular, a doença tem campo livre, porque o principal meio de a atacar, as vacinas, praticamente ainda não chegaram e, a este ritmo, duvidamos se algum dia chegarão.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, dizia há poucos dias que apenas um plano de vacinação mundial pode terminar com esta pandemia em todo o planeta. Acrescentando que é uma situação injusta e imoral. Perguntamos nós: quem é que tem maior obrigação de encontrar medidas para acelerar a chegada das vacinas a todo o mundo, senão a Organização das Nações Unidas através da Organização Mundial de Saúde?
Vejamos o que se passou na Europa. Foi uma decisão arrojada da Secretária-geral da EU, que negociou com os respetivos laboratórios farmacêuticos a fórmula de colocar à disposição de todos os países europeus as vacinas necessárias, remetendo o seu pagamento para as calendas, que é como quem diz, para quando o puderem fazer. De tal maneira que, em Portugal, os nossos governantes cada vez que falam no assunto, afirmam que há produto em abundância, como se tem comprovado.
A nosso ver, terá de ser esta solução europeia, que deverá ser colocada em prática para todo o mundo, certo como é que esta doença veio para ficar e, se não for controlada, continuará a ceifar vidas humanas e a impedir o desenvolvimento das nossas sociedades. Teme-se que a África Subsariana, que é a parte do mundo com menor índice de desenvolvimento, continuará a afastar-se irreversivelmente dos padrões europeus. Sendo assim, por que não colocar em marcha o tal plano de vacinação mundial a que se referia o Secretário-Geral da ONU?
A quem é que incumbe esse dever?
É evidente que é à ONU, que tem meios, se não financeiros diretos imediatos, o poder de levar o assunto à Assembleia Geral, forçando as soluções financeiras, que o próprio Banco Mundial não deixaria de acatar.
É o que se pede a todos os governantes dos países mais ricos ou menos ricos: Que se unam nesta cruzada, para debelar uma doença que já leva um rasto de alguns milhares, se não milhões, de mortos.
Recordando sempre, que a vida humana, mesmo que seja só uma, não tem preço.