Quinta-feira, 22 de Maio de 2025
No menu items!
Adérito Silveira
Adérito Silveira
Maestro do Coral da Cidade de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Ricardo Mingorance – deixaram-no sair de cá

Ultimamente foi arquivista e historiador na Casa de Mateus até ao último dia do mês de março.

Estuda Doutoramento em História na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Noca FCSH. Ocupou lugares de relevo com desempenhos que mereceram os maiores elogios e admiração de todos os que tiveram a felicidade de o conhecer. Já há alguns anos atrás, no Brasil, foi Professor de História na Escola Senac Jundiaí, sendo mais tarde Diretor do Centro de Arquivo no Estado de S. Paulo. Exerceu as funções de Coordenador Fundo de Interesses Difusos na Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo.

É sempre gratificante ter privado com alguém que deixou uma marca indelével de cavalheirismo, educação cívica, intelectualidade e simpatia. Ele prodigalizava a cordialidade com uma eloquência sempre estimulante. Ele sabia muito de palavras, aquelas palavras que entram facilmente dentro do coração, palavras bonitas porque alegres e contagiantes.

Palavras de afetos, inspiradoras e livres. Palavras de sons e imagens, pura música ondulante.

Há rostos inapagáveis. Há rostos que são verdadeiros templos de alegria e contemplação. Mesmo longe, esses rostos estão sempre cá dentro.

Num concurso nacional para um lugar de arquivista em Ovar o “Nosso Ricardo” ficou simplesmente em primeiro lugar e perante condições de trabalho irrecusáveis Mingorance teve de sair de cá.

Por cá, não souberam aproveitar um homem talentoso, iluminado de capacidades, um homem sempre disponível para bem servir a comunidade vila-realense onde ele foi feliz pelas amizades conquistadas, pela sua entrega nas várias atividades e projetos culturais de que fez parte integrante. Ele tentou por cá ficar, porque considerava esta cidade um lugar ideal para edificar e consolidar tantos projetos de vida, começava a criar raízes reverenciando-se na entrega ardente da gratidão para com tantos e tantos amigos.

Homem simples, jovem, solidário e de enorme valor! E Vila Real tanto precisava dele! E deixaram-no sair. Como é possível não aproveitarmos pessoas tão especiais em tudo aquilo que fazem?

Cantou no Coral da Cidade de Vila Real. Cantou e encantou. A música também era para ele uma forma de vida exultante pela alegria e competência como cantava a música era a criação do próprio espírito de entrega e paixão no domínio do bem-estar coletivo e pela música se elevava cantando-a com a força da sua alegria, deixando-se prender por ela.

A cidade de Ovar, estou certo, em breve descobrirá nele um espírito dotado de capacidades, um génio delicado, uma fonte de inspiração.

Felicidades para a sua nova vida, que auguramos recheada de crescentes sucessos, alegrias, sonhos e conquistas sem limites.

O meu abraço de agradecimento e profunda amizade. Um abraço de todos os coralistas.

OUTROS ARTIGOS do mesmo autor

Entre a batuta e a mesa de operações

As viagens de Adão Silveira

O músico dos cinco instrumentos

O mundo das incertezas e das banalidades

As caminhadas de Cristo

NOTÍCIAS QUE PODEM SER DO SEU INTERESSE

ARTIGOS DE OPINIÃO + LIDOS

Notícias Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS