Sábado, 7 de Dezembro de 2024
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A relação com os telemóveis e redes sociais

Está lançado o debate, um pouco por todo o mundo, sobre a presença dos telemóveis na escola e a relação doentia que estamos a ter com as novas tecnologias, o excesso de vida virtual em detrimento da vida real.

Começo por dizer que estou presente nas redes sociais e que as considero benéficas e extremamente úteis para comunicar, partilhar ideias e informação, interagir com os outros. Claro que devem ser vistas como um complemento da vida, mais uma ferramenta útil e eficaz para estar rápido como os outros, partilhar informação e passar mensagem. Não devem ser substitutivas da vida, do encontro e da relação que devemos estabelecer uns com os outros olhos nos olhos, cara a cara, pois só assim é que somos humanos e crescemos como pessoas.

O Movimento Menos Ecrãs, Mais Vida pretende apresentar propostas para a regulação do uso de smartphones nas escolas portuguesas e pede a atuação do governo para que estabeleça novas regras quanto ao uso do telemóvel na escola. Considera que o excesso de uso do telemóvel na escola já é um problema de saúde pública. Estão-se a verificar diversos prejuízos para a saúde física, emocional e para a aprendizagem das crianças e jovens, está a ser afetada a socialização, há graves problemas de atenção nas salas de aula, crianças e jovens estão a ter acesso inapropriado a conteúdos impróprios para as suas idades, estão expostos ao cyberbullying. O uso excessivo da tecnologia, sobretudo no espaço escolar, está a trazer retrocesso intelectual, graves malefícios para a saúde e está a ser fonte de desumanização.

Pelo que me é dado a observar e que vou escutando de muitos pais, acho que o movimento tem muita razão no que defende. E tem a seu favor os bons resultados das escolas onde já se impuseram limites e restrições. Não sou muito de soluções drásticas ou radicais, prefiro que se definam caminhos ou formas de as pessoas, por si mesmas, aprenderem a ter uma relação mais livre e nova com as tecnologias, ou até adotar alguma gradualidade, mas alguma coisa tem de se fazer com urgência. Muitos jovens e crianças manifestam que estão muito dependentes e viciados nos telemóveis e passam demasiado tempo nas redes sociais, com grave dano para a sua vida, crescimento e maturidade humana.

Em Veneza, o Papa Francisco deixou o desafio aos jovens: “Devemos deixar o mundo hipnótico das redes sociais, que anestesiam a alma. Jovens, não sejam profissionais da digitação compulsiva, mas criadores de coisas novas”!

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