Sábado, 14 de Dezembro de 2024
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Em quem votam os transmontanos?  

Confrontados com o agendamento de eleições legislativas para o princípio do próximo ano, urge, previamente ao ato eleitoral, encontrarmo-nos esclarecidos quanto ao destinatário do nosso voto e a forma de como o uso de tal direito se traduz na eleição dos nossos representantes. 

Para o efeito, mostra-se necessário ter presente a divisão do universo de votantes em 22 círculos eleitorais, correspondendo aos 18 distritos do território continental aos quais se aditam dois respeitantes a cada uma das regiões autónomas e outros dois, sendo um destinado aos emigrantes na Europa e o remanescente aos emigrantes intercontinentais.

Contrariamente ao que vulgarmente se amplifica e difunde nas campanhas eleitorais, o depósito na urna não significa a escolha direta do primeiro-ministro, refletindo-se sim na eleição dos representantes de cada círculo eleitoral na composição da AR.

Desta forma, mostra-se pertinente verificar que não estamos a eleger diretamente o primeiro-ministro, não votando assim em L. Montenegro, J. L. Carneiro/ P. N. Santos ou Ventura, mas sim naqueles que se apresentam à representação territorial.

Não contabilizando as alternâncias havidas entre PS e PSD, a conjetura política dos nossos distritos pouco ou até nada se tem transfigurado, julgando-se necessária a ocorrência de um cataclismo político para que tal mudança se consubstancie.

Tendo por referência as pretéritas legislativas:

Em província vila-realense, foram mais de 80% dos votos que se reuniram entre PS e PSD, tendo o primeiro arrecadado 43.489 e o segundo 42.135, que resultaram na eleição de 3 e 2 deputados, respetivamente.

Para que melhor se entenda a colossal assimetria para com os restantes concorrentes, a terceira força partidária mais votada, in casu, o CHEGA, apenas alcançou 7.573 votos, afastando-se em 34.562 da eleição de representante na Assembleia da República.

Por terras de brigantinas, os resultados não se mostram díspares, tendo igualmente as duas maiores forças congregado uma votação superior a 80%, que se distribuem em 26.495 votos para o PS e 26.480 com destino ao PSD, elegendo-se dois e um mandatos, respetivamente.

Evidenciando-se a também existente distância em comparação com a terceira força partidária mais votada (novamente o CH), que apenas granjeou 5.619 votos, separando-se em 20.861 da eleição de representante para a AR.

Importa clarificar que – em conformidade com os antecedentes atos eleitorais distritais – todos os votos que pendem para lá das duas maiores forças políticas não possuem qualquer aproveitamento ou repercussão para a consequente escolha de governo.

Não obstante, seja no prosseguir da já existente corrente, seja na tentativa de suscitar um acontecimento histórico com o provocar de alguma mutação, o que se denota peculiarmente importante é o uso do voto convicto e informado.

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