Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2025
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Fé e Ciência

O Livro “Deus, Ciência, as Provas: o alvorecer de uma nova revolução”, da autoria de Michel Yves Bolloré e Olivier Bonnassiese, tem feito algum furor. Tornou-se um best-seller em França e já é dos mais lidos em Itália.

Estes dois franceses apaixonados por ciência dedicaram três anos a compilar as descobertas e teorias da ciência nos últimos séculos, sobretudo nos últimos anos, para chegarem a uma conclusão: o estado atual da ciência não refuta a existência de Deus. Pelo contrário: pode provar que Ele é real. Existem provas claras da existência de Deus.

Os autores apresentam dois argumentos cosmológicos, em apoio da sua tese: a evidência de que o universo está em expansão e que teve início por volta de 13,8 bilhões de anos atrás. Se os tempos tiveram um início, isso deve-se a um criador. É difícil de sustentar que resultou do caos ou do acaso, como é que do nada pode surgir alguma coisa? O segundo argumento exposto salienta o facto de as leis reguladoras do universo estarem predispostas a produzir as condições para o aparecimento da vida. A vida na terra acontece porque uma série de circunstâncias precisas se conjugam. Ou seja, o universo está feito para que a vida possa existir e está de tal maneira tudo feito com harmonia e precisão, que nos leva a pressupor a existência de uma inteligência suprema ou um criador. Seria possível que o acaso tivesse feito uma harmonia tão bem ajustada?

Alguns dirão que nada disto é novo e estas questões permanecem em aberto. Haverá ali matéria para refutação e contestação científica. O que me parece importante é que fé e ciência procurem dialogar em busca da verdade. Não são incompatíveis uma com a outra, como até o atestam os muitos cientistas católicos, alguns com grande contributo para o conhecimento científico. Desde a Modernidade, fé e ciência entraram em conflito e temos todo um historial de incompreensão e mal-entendidos. O positivismo, o racionalismo e o materialismo impuseram-se nos últimos séculos e tornaram-se intelectualmente dominantes, depreciando os postulados e as crenças da fé. Ambas têm muito a ganhar quando se aproximam e dialogam, partindo de uma base humilde: ninguém sabe a verdade toda e há várias formas de chegar à verdade. Até se costuma dizer que pela fé chegamos a quem criou o mundo, pela ciência chegamos ao como se criou e evoluiu o mundo. Deus não é demonstrável pelo método científico, mas isso não quer dizer que Deus não exista e que a inteligência não capte a existência de Deus.

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