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Barroso da Fonte
Barroso da Fonte
Escritor e Jornalista. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Inconfidências jornalísticas 69 anos depois

O Coronel Dias Vieira escreveu, em 2013, a minha biografia à qual chamou: 60 anos de jornalismo de Causas e Casos.

-PUB-

Na pág. 26 inseriu fac-similado o cabeçalho do semanário a Voz de Trás-os-Montes, com a data de 24-01-1939, e a legenda: Fotocópia da primeira notícia de BF, publicada em A Voz de Trás-os-Montes. Teve a gentileza de biografar-me até aos 74 anos. Quis o destino que me mantivesse mais 9 anos a exercitar o lóbi que mais gosto me deu até aos 83.

Não é muito usual gastar 69 anos, a escrever, de graça e a seco. No tempo em que nasci, nas Terras de Barroso, só havia o José Taboada e o João do Rio. Este era Padre, de Vila da Ponte. Aquele era funcionário do Fisco. Mais tarde, foi Presidente da câmara de Porto Santo, durante 19 anos. Estava eu no 2º ano de Seminário, onde se editava este jornal. Abeirei-me do Padre Henrique Maria dos Santos, corpulento e mexido, como se exigia do abade da Sé, a manifestar-lhe a minha vontade de ser o correspondente no concelho de Montalegre. Foi de uma simpatia admirável.

Claro que foi a minha estreia na defesa da minha Terra e nas suas Gentes. Cada vez mais me empenhei contra as injustiças dos políticos e daqueles que se vergavam ao poder.

Em 30 de junho de 1962, entendi sair do Seminário, porque mandei uns versos a uma menina que conheci, numa viagem, desde o Barracão até Vila Pouca. Nessa altura o Magistério mudara a sede para a rua fronteiriça aos três recreios, às frondosas tílias e ao majestoso edifício do Seminário. Eram elas que através dos perfeitos, pediam os nossos chapéus para os seus teatros. Uma fase crucial para quantos iam estudar para fugiram à emigração e à guerra do Ultramar.

Travado esse conhecimento soube ela que era eu um dos versejadores que escrevia os versos para recitar no dia dos anos do Bispo. Sabendo ela que eu era um fã das quadras populares do António Aleixo, pediu-me que lhe fizesse uns versos sobre aquela viagem e lhos mandasse pelo correio. O que fiz. Só que, nessa altura, eram as mães que liam as cartas das filhas. A mãe assim fez. Desconfiou que o remetente fosse um seminarista. E levou a carta ao prefeito que sabia dessa viagem. Na 1ª homilia do semestre da Páscoa avisou: “há alunos que devem ficar em casa depois das férias grandes”.

Enfiei a carapuça e, dia 30 de junho, disse adeus ao Convento de Stª Clara. Fizera de dia os últimos exames. À noite convidei três colegas para o jantar: O Max, o Albano e o Granja. Às 21h foi a sessão da entrega dos prémios dos jogos Florais do Clube de Vila Real. Fora eu o vencedor da “Reportagem regionalista”. Os mil escudos deram para pagar os jantares e abandonar a ideia de ser padre.

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