Estudioso das temáticas da economia social, natural das Terras de Panóias, professor e investigador na Universidade do Minho, estava bem à vontade para esta problemática a que prometemos dar continuidade. E de esquecimento de regiões, maiores ou menores, cá dentro ou noutras paragens mais distantes, tem-se ouvido falar muito.
No que nos comprometemos a dar continuidade, analisámos o contributo do turismo cultural para lutar contra o esquecimento. Numa região, felizmente, com vários Patrimónios Culturais da Humanidade, materiais e imateriais, seria estultícia não deitar mão das suas evidentes potencialidades.
Mas nisto de esquecimento, por estes dias, desde há uma mês, outras questões têm despertado a nossa atenção. Reações díspares, mas sobretudo negativas, de receio do futuro. Um país poderoso que marcou todo este tempo pós II Guerra Mundial, que esteve na base de vários acordos internacionais que criaram condições para muitos anos de acalmia, mesmo, de paz no mundo, designadamente, no que se designa por mundo ocidental, agora governado por uma elite de endinheirados que consideram que tudo se pode comprar com dinheiro, agridem pessoas, países e povos, sem qualquer tipo de racionalidade e fundamento.
São as perseguições nas ruas de algumas cidades a imigrantes que ainda não obtiveram autorização de residência e trabalho, isto num país com pouco mais de 200 anos de história, que se construiu com imigrantes de várias proveniências, da Europa, da África e de outras Américas, são as declarações sobre uma região recentemente bombardeada, quase desfeita, onde as pessoas vivem, os que escapam às bombas, em constante fuga, para sul, para norte, enfim, sem norte, a precisarem de paz e de um teto para se abrigarem, que agora se arriscam a ver decretado que vão para outras terras porque ali, na sua, pode nascer uma outra terra para os ricos de todo o mundo. Afinal, mesmo que se insista em realçar as divergências, estamos num espaço de valores comuns, tais como a promoção da paz e da justiça social, o respeito pela vida, assim como a responsabilidade social face à comunidade e a atuação em prol do bem comum.
Por isso, importante, mesmo, será o trabalho para não permitir que nos façam esquecer que outros existem e têm direito a ser lembrados.