Sábado, 7 de Dezembro de 2024
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Isabel Fernandes Alves
Isabel Fernandes Alves
Fórum de Cidadania pela Erradicação da Pobreza no Distrito de Vila Real

O Fórum de Cidadania pela Erradicação da Pobreza no Distrito de Vila Real

Um projeto nascido dentro da sociedade civil, apartidário e sem orientação política ou ideológica e a-confessional, apresentou recentemente o seu relatório de atividades de 2023.

Depois de ter assinado um protocolo com a Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) em fevereiro de 2023, o Fórum concretizou um conjunto de debates temáticos com o objetivo de chamar a atenção para a pobreza no distrito. Foram tratados os temas “pobreza energética”, “envelhecimento”, “saúde e pobreza”, “rendimento suficiente”, “educação e pobreza” e “migrações e cidadania”.

Os encontros entre os organizadores, os seus convidados e a sociedade civil realizaram-se ao longo do ano em vários concelhos.

Em Peso da Régua, teve lugar o debate sobre “pobreza energética”, tendo-se apontado uma relação direta entre a pobreza energética e a monetária. Acrescentou-se a este dado, e de acordo com o Eurostat, que 18,9% da população portuguesa vive em situação de pobreza energética. Indicaram-se medidas para combater esta situação, nomeadamente a existência de planos municipais estratégicos.

Em Chaves, debateu-se a pobreza associada ao “envelhecimento”, utilizando para isso indicadores do Eurostat que indicam que em Portugal, tal como na União Europeia, a população com mais de 65 anos tem aumentado, tendo sido estabelecida uma ligação entre o aumento de pobreza e a entrada na reforma. A fim de inverter esta situação, foi reforçada a ideia de que o Estado, através do poder local, deve trabalhar com o terceiro setor, reconfigurando respostas sociais.

Em Vila Pouca de Aguiar, uma sessão sobre o cruzamento entre “saúde e pobreza” apontou os principais problemas de saúde associados à pobreza, nomeadamente a subnutrição, a falta de água potável e de saneamento, o acesso precário a cuidados de saúde, a baixa literacia, as doenças infeciosas graves e doenças mentais. Foi referido que para uma saúde mais inclusiva se deve reduzir a desigualdade no acesso aos serviços de saúde por parte das comunidades mais vulneráveis, bem como promover a literacia em saúde.

No debate ocorrido em Vila Real, as questões andaram em torno do “rendimento suficiente” e das condições que possibilitem um nível de vida digno aos indivíduos e às famílias.

Em Mondim de Basto, abordou-se o tema “educação e pobreza”, destacando-se uma relação direta entre a ação local inclusiva e o aumento de número de alunos que entram no ensino superior.

No último encontro, ocorrido em Santa Marta de Penaguião, a atenção recaiu sobre “migrações e cidadania”, estabelecendo-se uma relação entre a pobreza e as comunidades de imigrantes. Entre os problemas reais, apresentaram-se o isolamento em que algumas dessas comunidades vivem, bem como a exploração laboral que muitas vezes acontece.

Em todas as sessões foi sublinhado papel das juntas de freguesia, quer no rastreamento quer na solução dos problemas.

Depois das atividades de 2023, o Fórum pretende continuar, em 2024, os contactos com os responsáveis de diferentes municípios, envolvendo-se com todos aqueles que atuam nas áreas da saúde, educação e ação social. Pretende, nomeadamente, levar a cabo um seminário sobre “pobreza e território” e um conjunto de debates sobre os temas: “Rendimento laboral e pobreza”, “Habitação social e colaborativa”, “Novas respostas sociais para o envelhecimento”, “Alimentação, saúde e pobreza”, “Retrato da pobreza no Norte e em Vila Real”. O mote fundamental do Fórum continua a ser a vontade de promover a reflexão e o debate sobre o problema social da pobreza e da exclusão social.

Os leitores podem acompanhar as atividades do Fórum, e outras iniciativas de combate à pobreza, nas redes sociais, em particular no Facebook, e são convidados a participar.

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