Sexta-feira, 26 de Julho de 2024
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Barroso da Fonte
Barroso da Fonte
Escritor e Jornalista. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Deixem de vender Portugal a retalho

Certamente todos os Portugueses gostam muito de Portugal. Isso sente-se, cada vez com mais frequência, quando a Bandeira é hasteada nos jogos internacionais.

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Os atletas, sobretudo aqueles que menos apoios têm e que concorrem por conta própria, até choram de emoção. Os combatentes que não escolheram a profissão das armas, mas que foram os mais sacrificados na Guerra do Ultramar, sujeitaram-se ao sacrifício máximo. Nesse período do século XX cerca de nove mil deles, foram uma espécie de adubo para o chão das campas que pisaram, quer na Europa, na África, quer na Ásia. Os sucessivos Governos nunca levaram a sério a trasladação, de todos aqueles que por lá ficaram. Algumas famílias com posses pagaram rios de dinheiro para essa trasladação. Os pobres tentaram em vão.

Nos 45 anos que decorreram desde a perda do Império, o retângulo com que ficámos, tornou-se uma espécie de terra de ninguém. A exemplo de muitos emigrantes que partiram em busca de pão para a família. Ficaram sem eira nem beira, por legislação selvagem, por inovações avestruzes, por truques mafiosos, de reizetes, de maus vizinhos, de decisões unilaterais. Pensando que têm por cá as heranças e casebres onde nasceram, dão meia volta e regressam ao país que os acolheu. Ou mudaram o acesso, ou a junta de freguesia não zelou pelos caminhos, ou o vizinho mudou os marcos.

Mas não é assim. Pelo menos alguns daqueles que nunca cá voltaram, ora não têm o que julgavam cá ter, ou os próprios familiares emparcelaram terrenos contíguos, ou as urbanizações fizeram vista grossa, violando direitos alheios, a pretextos equívocos.

Estas arbitrariedades antidemocráticas prevalecem de norte a sul, com casos escandalosos.  Por este caminhar, depressa deixaremos de ter leis justas e interpretações universais. Vão completar-se 46 anos desde que a revolução dos cravos e, se muita coisa mudou para o bem, também, não poucas coisas, mudaram para mal. E o país perdeu civismo, respeito, ordem, disciplina, organização, património, segurança, cultura, tanta coisa.

De império passámos a minúsculo enclave da Europa que de catorze em catorze anos, sensivelmente, cede a Portugal seis meses de comando. Mas tanto poderio efémero manda umas bazucadas que o verdadeiro povo não vê nem cheira, antes dão para a nova classe dos corruptos, cujos processos prescrevem e eles ficam-se a rir de barriga ao sol. Outros vendem barragens cujos territórios pertenceram ao Império, compram hospitais, parques eólicos, minas de lítio e o mais que fica por enunciar. E até os padrões do Império correm risco grave.

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