Domingo, 8 de Dezembro de 2024
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Paulo Araújo
Paulo Araújo
Ortopedista Hospital da Luz Vila Real

Doí-me o pescoço! E agora?

A dor ao nível da Coluna Vertebral (CV) é dos principais motivos que leva os doentes a recorrer à consulta de Ortopedia.

A CV é constituída por ossos (vértebras) e fibrocartilagens (discos), sobrepostos uns nos outros como uma construção de tijolos, que nos permite manter postura ereta. Os discos são os “amortecedores” que permitem dissipar as forças exercidas na coluna vertebral.”

Cervicalgia

A dor central ao nível do pescoço designa-se Cervicalgia. Pode acontecer isoladamente ou associada a dor num ou nos dois braços (Braquialgia).

A Coluna Cervical é uma zona nobre, onde o tronco cerebral se continua no canal raquidiano como cordão medular (medula). É no centro da coluna que se encontra este canal.

As estruturas que constituem a coluna (vértebras e discos) estão sujeitas a desgaste ao longo da vida. O ritmo com que esse desgaste acontece depende de vários fatores, entre eles a predisposição genética de cada pessoa. Outro fator importante será o stress e as forças a que essas estruturas estão sujeitas, sendo que quanto maior a atividade do doente ou o impacto a que a coluna está sujeita, o processo de desgaste dos discos por sobrecarga pode ser acelerado.

Na coluna cervical, queixas comuns são dor na nuca e nos ombros, dor entre as omoplatas e na região occipital, muitas vezes com contractura muscular associada.

Quando há dor no braço, esta pode estar associada a sintomas neurológicos (formigueiros, perda de sensibilidade ou força), e pode traduzir uma Protusão Discal (saliência) ou Hérnia Discal (ruptura do disco) que esteja a comprimir um nervo ou a própria medula.

Em casos mais extremos, em que as alterações degenerativas são muito exuberantes, a medula pode ser submetida a uma compressão grande e sofrer uma lesão (Mielopatia Espondilótica Cervical), sendo importante o diagnóstico atempado para minimizar a hipótese de sequelas no futuro. Nestes casos a solução passa inexoravelmente pela cirurgia.

Em suma, sendo uma queixa frequente, na maioria das vezes a dor cervical resolve com medicação, repouso e tratamento conservador. Sempre que o quadro clínico for persistente, o doente deverá ser avaliado em consulta com o intuito de identificar a origem da dor e definir a estratégia correta para o seu tratamento.

O tratamento cirúrgico quando necessário, devolve qualidade de vida ao doente. As técnicas cirúrgicas atuais são seguras, são realizadas em ambientes muito controlados com máxima acuidade e precisão, contrariando a ideia errónea muitas vezes associada à cirurgia da coluna vertebral.

Marcação de consulta na área pessoal do MY LUZ (App) ou através do nosso site:
www.hospitaldaluz.pt/vila-real/pt

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