Assim pensamos. Mas não é este o comportamento do líder russo, na sua imensa ambição de refazer o Império Soviético, que acabou formalmente com a queda do Muro de Berlim nos finais do século passado, e que como começa a perceber-se, pretende é atacar no imediato, todo o mundo ocidental europeu, a que se seguirá, naturalmente, a atual liderança deste espaço: os Estados Unidos da América, e opiniões neste sentido não faltam.
Ângelo Correia, um experiente político, referia recentemente, que a história da civilização ocidental, dos últimas dois milénios, começou com o Império Romano, cuja primeira fase (a 1ª. Roma) terá acabado no século V, com a chegada das Invasões Bárbaras do Leste da Europa. Seguiu-se um 2º milénio, (a 2ª Roma), como ele referia, que terminaria no século XV, por altura da expansão marítima, na qual o nosso país teve um relevante papel, pela aproximação da civilização europeia aos povos asiáticos.
O líder russo ter-se-á convencido que chegou agora o momento do Império Russo, que de facto tem uma extensão geográfica considerável, de mostrar as suas garras, afirmando, no seu entendimento, que a Europa Ocidental é a fonte de todos os males (designadamente em termos da moral e de costumes). E, tendo ao seu alcance os meios bélicos para o seu projeto, não olhou a meios, para atingir os seus fins de expansão. O ataque indiscriminado às populações ucranianas, que viviam tranquilamente no seu dia a dia, são a prova evidente deste facto. Encontrou uma União Europeia não preparada para se defender e tenta atrair, ou pelo menos convencer, outros países (estamos a pensar por exemplo na China e India) para a bondade das suas intenções, certo como está que o “mundo civilizado” jamais utilizará os meios de destruição maciça que tem ao seu alcance, porque não é essa a lógica da nossa forma de viver.
Nesta altura ninguém saberá se a diplomacia será capaz de vencer os instintos bélicos desta “desaustinada” Figura. Que é perigosa, ninguém duvida.
João Salgueiro
Faleceu João Salgueiro, um brilhante economista, que no final do marcelismo, e depois dos Governos de Pinto Balsemão, foi Ministro das Finanças. Na nossa intervenção na vida política nacional, tivemos a oportunidade de interagir e apreciar o seu trabalho. Aqui lhe deixamos um sentido obrigado. Que descanse em Paz!