Sexta-feira, 6 de Dezembro de 2024
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Luís Tão
Luís Tão
Vereador do PSD na Câmara Municipal de Vila Real

Muitos chefes, e poucos líderes

É consensual o papel fulcral que o líder tem no seio das organizações.

A liderança, se bem exercida, fortifica a dinâmica organizacional e a sensação de unidade, e o líder assume especial importância na valorização e otimização dos potenciais dos seus profissionais. Para a grande maioria das instituições, é importante não esquecer, que o maior património que dispõem é efetivamente o seu capital humano, homens e mulheres que, no exercício das suas funções, se superam continuamente e cujo tempo lhes concede uma experiência e competência que permitem, à instituição, levar a cabo a sua missão, com maior eficiência.

Se é verdade, como vimos, que um bom líder é determinante para uma organização e para os seus profissionais, o inverso é ainda mais vincado: uma má liderança tem um impacto negativo nas organizações e nas pessoas que nela trabalham.

Por vezes, questionamo-nos com a saída em debandada de profissionais, muitos deles com um currículo, experiência, know how e uma capacidade reconhecida pelos pares na área onde atuam, e que constituem pilares fundamentais na organização. Apesar da estabilidade financeira e contratual, optam por sair, ainda que não seja em troca de uma qualquer proposta milionária. Sabemos que ninguém é insubstituível, mas é inegável que muitas saídas deixam um vazio institucional difícil de preencher. Porque afinal o investimento, digamos não contabilizável, que a organização teve com aquele funcionário (em formação, especialização, rede de contactos) cai por terra com a sua saída, sendo certo que um novo investimento terá de ser feito por quem substitua o que por vezes demora anos.

Erradamente, colocamos o foco nos profissionais, esquecendo que o cerne está na liderança. Sim, um mau líder pode destruir bons profissionais, não reconhecendo o seu valor, liderando pela coação, jogando às promoções e benefícios por interesse próprio e político e não por qualificação. Para um mau líder importa quem lhe diga ámen e não tanto quem, com competência e rigor, desempenha as suas funções. Para um mau líder o humanismo e a ética é substituída pelo quero, posso e mando num jogo de ditadura dissimulada.

E se a realidade que descrevo pode não ser conhecida por muitos no setor privado, onde os empregadores geralmente preferem reter um funcionário valioso do que contratar alguém novo, ela começa a ser uma realidade crescente nos organismos públicos.

Os profissionais não abandonam maus empregos, mas sim maus líderes. Perde a instituição, que se esvazia de experiência e de conhecimento crítico e livre, e se vê invadida por um seguidismo cego que pouca abona ao seu crescimento e desempenho. Perde, em última instância, a Freguesia, o Concelho, o País, todos nós.

Sempre se ouviu dizer que os líderes, sobretudo os políticos, vão e vêm, mas os liderados ficam! Mal estamos quando se invertem os papeis.

Lamentavelmente, esta reflexão não é ficção, é a realidade e bem perto de nós!

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