A saúde digital é a única expressão que permite adequar os cuidados sob conhecimento de evidências, aproximar os hospitais aos centros de investigação e estudos, colocando, obviamente, o doente no centro desta estratégia.
A saúde digital foi um conceito introduzido por Seth Frank em 2000 (Guo et al, 2020; Frank, 2000), cujos critérios de aplicação podem ser analisados com base em soluções que demonstram a eficiência do sistema, assim como o investimento na monitorização e incentivos à mudança de comportamentos, autonomia, literacia e autogestão, suporte à decisão clínica, modelos preditivos orientadores do diagnóstico, estratégia terapêutica e prestação de cuidados personalizados.
Temos observado conquistas nos últimos anos, e a pandemia nesse aspeto, encurtou muitas etapas, nomeadamente no combate a distância física e o isolamento social. Mostrou às pessoas, aos cuidadores, e até aos fornecedores, o potencial que a tecnologia tem para garantir uma saúde mais personalizada e democratizada, porque passou a chegar a mais pessoas e a quem não chegava antes.
Nestes últimos tempos, foi visível um aumento das consultas por vídeochamada, mas também a descoberta de soluções e plataformas digitais que podem ajudar a melhorar as patologias, principalmente numa altura em que os hospitais e clínicas estavam sobrecarregados por causa da pandemia.
Do lado dos prestadores de cuidados de saúde, começaram a usar-se aplicações como o “Zoom” para dar aulas de acompanhamento para grávidas, ou para assistir e participar em cirurgias à distância, melhorando a formação.
E, do outro lado recorreu-se à tecnologia para melhorar a logística, dando um exemplo muito próximo de nós, com recurso a drones para entregar medicamentos em zonas mais distantes e a doentes em isolamento.
O que está a ser proposto, e no meu entender muito bem, é que a transformação digital das instituições, não só providencie melhores acessos aos dados clínicos, mas também proporcione melhores tratamentos médicos, que se traduzem em qualidade de vida e autonomia do doente.
Sendo possível até destacar alguns exemplos inovadores conseguidos por nós, que têm servido de modelo a outros países, como a receita eletrónica sem papel.
Os vários anos de estudos e ensaios que têm sido realizados no âmbito da Inteligência Artificial, têm permitido assim criar novas soluções para a área clínica, que possibilitam disponibilizar ferramentas de auxílio e plataformas digitais, onde a tomada de decisão se torna mais célere, encurtando o tempo para o diagnóstico, aumentando o sucesso de cura.