Domingo, 8 de Dezembro de 2024
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Armando Moreira
Armando Moreira
| MIRADOURO | Ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Turismo no interior

"Temos de ter mais interior nas políticas de turismo”.

São palavras do Secretário de Estado do Turismo que lemos num dos semanários e que atraiu a nossa atenção. Pois que, tudo o que respeite ao desenvolvimento do interior é tema que temos tratado com frequência nas nossas crónicas semanais.

Este governante garante estar com muita energia, afirmando que há meios para liderar o turismo de futuro, e que há recursos provenientes de Fundos Europeus. Estrará a referir-se a fundos que, infelizmente, ainda não temos visto aplicar muito, cá pelas nossas bandas, a norte da margem direita do Douro e em toda a sua bacia hidrográfica que, todos sabemos, tem enormes potencialidades de desenvolvimento, nessa como noutras áreas, como a agricultura, por exemplo.

Questionado sobre que aspetos serão tratados no interior, e em que é que diferem de outras medidas anteriores, menciona que pela primeira vez se vai aplicar uma agenda estratégica, especificando, por exemplo, que quer criar projetos de valorização do património histórico-cultural, incluindo uma campanha cujo mote é a “viagem pelo teu interior” e que é, nas suas palavras, um convite para descobrirmos o interior e “nos descobrirmos a cada um de nós”.

Vamos então ajudar o governante na sua intenção de que se viaje pelo interior. Parece-nos bem que se faça um esforço nesse sentido, desde que se ofereçam boas razões para isso.
Lembramos-lhe as nossas Festas e Romarias, sobretudo as mais emblemáticas, como é o caso da Senhora da Pena, na Freguesia de Mouçós, da Senhora da Assunção, em Vila Flor, da Senhora do Amparo, em Mirandela, e tantas outras que a partir do mês de maio, e até outubro, se realizam por todo o interior. São atrações desconhecidas da generalidade dos turistas, por falta de promoção específica. E lembramos também a divulgação de muitos monumentos histórico-culturais, que praticamente só são conhecidos, e mal, pelas populações locais. Estamos a lembrar, por exemplo, tantos Castelos e Torres de menagem, de que é exemplo a Torre de Quintela ou o Santuário Rupestre de Panóias, cuja história é praticamente desconhecida. São sítios emblemáticos para quem faz da História das gentes e dos povos uma irrecusável atração.

As declarações deste governante fazem todo o sentido. Importante, porém, é que se passe à realização. Aqui lhe deixamos a sugestão de associar as autarquias locais (Câmaras e Juntas de Freguesia) a esta boa intensão, para que não se diga, daqui por uns anos, que “de boas intenções está o mundo cheio”.

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