Domingo, 19 de Maio de 2024
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Idadismo

No passado dia 15 de junho de 2023, celebrou-se o Dia Mundial da consciencialização da violência contra a pessoa idosa. E se até aqui, muito se tem falado de racismo, sexismo, machismo, certo? E de idadismo sabem o que é?

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Este é mais um dos muitos tipos de discriminação existentes na nossa sociedade a nível mundial, distinguindo-se por se basear na desigualdade em função da idade, que é uma das primeiras características que observamos em outras pessoas.

Ou seja, refere-se aos estereótipos, preconceitos e discriminação em relação aos outros ou a si mesmo com base na idade.

O idadismo surge, assim, quando a idade é usada para categorizar e dividir as pessoas por atributos que causam danos, desvantagens ou mesmo injustiças e minam a solidariedade intergeracional.

A discriminação está por todo o lado, não afetando apenas quem tem 70, 80 ou 90 anos. Trata-se de um preconceito ou se assim quisermos entender, uma construção social que é, de certa forma, normalizado pela própria sociedade, sendo colocada como algo tão natural que muita gente nem sequer se apercebe tratar-se de um problema – e, portanto, pouco se fala disso.

Uma das formas como o idadismo se expressa mais frequentemente é através do paternalismo. Ou seja, podemos até considerar que se trata de um idadismo “bem-intencionado”, mas que acaba por ser bastante prejudicial, quando involuntariamente passamos a ideia que uma pessoa mais velha, deixa de nos ser útil a nós enquanto sociedade.

Quando crescemos a acreditar que as pessoas idosas já pouco valem, como é que se vai contrariar o estereótipo mantido a vida toda quando nós próprios atingirmos essa mesma idade?

Uma das situações em que o idadismo sempre esteve presente é no mercado de trabalho.

É muito comum dar preferência aos candidatos mais jovens e que se tratem os mais velhos como se fossem incapazes de desempenhar algumas funções, mesmo sem lhes demonstrar, e pior, esquecendo a experiência acumulada ao longo da vida.

Já percebemos como isso tem impacto nas nossas relações com os outros e com as instituições, mas e connosco?

A nossa auto perceção e autoestima são profundamente afetadas pela forma como vemos e julgamos o outro, visto que esperamos que nos vejam e julguem da mesma forma. Assim, é provável que à medida que envelhecemos, acabemos por nos limitar nas expectativas que temos para nós, os nossos objetivos, os nossos sonhos, as nossas relações com os outros, levando-nos a criar barreiras para o nosso próprio potencial.

Para evitar devemos sempre lutar contra o idadismo e contra as barreiras impostas, e claro, devem nas comunidades existir medidas políticas humanistas, assentes numa cultura de diversidade, meritocracia pelo respeito pelo bem-estar de toda as pessoas independentemente da idade.

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